sábado, 7 de setembro de 2013

O Filho do Amor

Capitulo cinco

- Eu não quero um idiota como você, entende, você é um idiota- essas palavras eram como facas entrando no coração de Luiz Alberto, que acordava de madrugada e não suportava aquela dor e saia. Sempre ia para o Parque Vaca Brava que sempre estava vazio a essa hora e ele podia pensar, correr, chorar sem ninguém para observa-lo.

Enquanto corria as lembranças vinham sucumbindo seu coração, parecia que jamais ia esquecer o pesadelo que viveu, ainda era tão real, nem mesmo as suas conquistas e farras o fazia esquecer essa tormenta. Aquela mulher era como uma droga, mesmo estando tanto tempo sem vê-la ainda podia sentir seu cheiro, lembrar de tudo como se tivesse acontecido ontem.
- Eu não posso ficar presa, eu sou livre, gosto de viajar e de não ter compromisso- afirmou a ele como se falasse da coisa mais preciosa de sua vida.
- A gente pode se casar, a gente viaja na lua de mel. Quando as crianças vierem podemos viajar nas férias.
- Você ta maluco, eu não quero ser mãe, já marquei uma laqueadura. Eu não quero ser mãe jamais e muito menos casar.
- Mas você não gosta nenhum pouco de mim?
- Eu gosto de você, não dessas ideias idiotas, antigas mais que minha tataravô. Eu não quero um idiota como você, entende, você é um idiota. Não me procura mais ok.
Isso só não atormentava mais ele do que seu acidente que teve consequências muito graves, ele era do tipo de adolescente que queria se arriscar a todo custo achando ser um super homem, ele tinha acabado de ganhar uma moto de seu pai, ao fazer dezoito anos e foi para uma balada, bebeu demais e voltando pra casa sofreu um acidente. Ele ficou muitos dias hospitalizado, o abalo emocional foi tão grave que ele entrou em depressão, ele quase teve que amputar a perna e isso lhe fez refletir muito sobre a vida. Depois do tratamento ele nunca mais foi o mesmo, pareço estar retratando duas pessoas diferentes, o malandro pegador e o cara frágil e traumatizado, mas estou falando de um homem só que como todo ser humano tem seus dois lados e que não sofre vinte e quatro horas no ar, mas que tem um coração despedaçado e cheio de coisas boas a oferecer e a receber.

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