quinta-feira, 3 de outubro de 2013

O Filho do amor



Capitulo oito

A agência Via Mídia estava bastante movimentada, Tereza tinha dificuldade em seu primeiro dia e foi confundida com uma secretaria, entregaram uma bandeja com café para que ela entregasse ao vice presidente da agencia. Como era o primeiro dia não se importou com o engano, só não fazia ideia de quem era o vice presidente, então foi procurando, olhando nas portas. Ela se distraiu olhando uma porta super decorada e quando se virou o vice presidente estava saindo da sala e ela derrubou a bandeja toda em cima dele.
- Olha o que você fez sua maluca, me molhou todo- disse ele de braços abertos, com a camisa toda manchada.
- Me perdoe é que é meu primeiro dia e eu não sei onde fica nada- disse humildemente, com sorrisinho meigo e mãos tímidas.
- Estão contratando amadores agora, você não serve nem pra servir cerveja num barzinho do subúrbio- as veias de seu pescoço pulavam de raiva, nem parecia aquele rapaz alegre descontraído do clube.
- Você é histérico assim todo dia?  Ninguém manda você andar com a cara pra cima palhaço.
- Limpa essa bagunça e some daqui sua idiota- entrou em sua sala.
- Cretino.
Uma das secretarias se aproximou- Oi tudo bem eu vi tudo. Você é maluca de enfrentar o vice presidente.
- Aquele histérico é o Luiz Alberto Barbosa?
- Sim, eu acho que você ta encrencada.
- Eu encrencada, você pode pedir pra alguém limpar aqui, por favor?- se encheu de coragem e entrou na sala de Luiz.
- Finalmente mandaram alguém trazer outra camisa pra mim, quanta incompetência- ele estava de costas e quando virou e a viu saiu de trás da mesa bufando- O que você ta fazendo aqui?
- Eu vim me apresentar.
- Eu não tenho tempo pra idiotices, eu tenho uma reunião daqui a pouco com pessoas importantes. Não tenho tempo pra secretaria incompetente.
- Eu insisto.
- Sai daqui- gritou ele e em seguida entrou Rubens o presidente.
- Algum problema?- perguntou ele aos dois.
- Eu ia me apresentar, muito prazer Tereza Rodrigues.
- Querida, muito prazer. Bem vinda a Via mídia, o Adalberto falou maravilhas sobre o seu trabalho.
- Eu estou muito feliz com essa oportunidade.
- E você Luiz, não diz nada?
- É um prazer conhecê-la e me desculpe pelos transtornos.
Tereza sorriu ironicamente e ele se roeu de raiva.
- Então, você já conheceu as instalações?
- Na verdade não, gostaria bastante.
- Que pena eu não poderei acompanhá-la, mas Luiz você pode fazer as honras?
- Eu?
- Claro, mas se você não puder tudo bem.
- Pra mim tudo bem, eu vou sem problemas.
- Muito obrigada querida e seja bem vinda mais uma vez- lhe deu a mão em cumprimento e saiu.
- O que você pretende?
- Pretendo te levar pra conhecer a empresa- lhe ofereceu o braço em um sinal de cavalheirismo e ela se negou e saiu na frente.
Duas salas a frentes, Luiz segurou na maçaneta- Que tal conhecer primeiro sua sala?
- É ai?
- Não aqui é o banheiro, certamente eu faria um grande mistério pra apresentar o banheiro a você.
- Não se cansa de ser palhaço não- o empurrou e entrou na sala- Nossa como é grande hein.
- Cabe toda sua ignorância aqui dentro, você já pode ficar descansada.
- Assim como sua sala cabe a sua falta de educação e histeria compulsiva.
- Você não tem medo de ser demitida mesmo não é?
- Medo de você, ainda se tivesse pinta de chefe, mas parece um personagem daqueles filmes de guerra, cabelinho arrumadinho, alinhado e sempre com essas mãos pra trás como se tivesse servindo no exercito.
- Isso é pinta de liderança minha cara.
- Há histérico como você é meu jovem, jamais. E vê se acorda, você está no Brasil, mas precisamente Goiás. Essa pinta só te faz parecer um burguês metido.
- Você não me conhece, então não vem me julgar.
- Ui ficou ofendidinho.
- É que a Via mídia é uma agência de publicidade, não é uma produtora de moda. E agora vamos continuar o tour, eu ainda tenho que trabalhar, eu não sou desocupado- Continuaram caminhando pela empresa todos ficavam fascinados com a beleza da moça de vinte e poucos anos e que distribuía simpatia pelos corredores. Luiz se ruía de raiva com a popularidade dela. Claro que não era unanimidade, pois tinha um grupinho que destilava veneno, mas Ledy colocava o grupo em seu lugar. Seu ponto fraco era o nome que para sua posição e opção sexual não o deixaram com glamour suficiente para ofuscar as invejosas.
- Nossa que espetáculo é esse aqui?- ao sair de sua sala, a já então citada porta super decorada que distraiu Tereza e provocou a tragédia.
- Essa é Tereza Rodrigues...
- Nossa mana, eu ouvi falar muito do seu trabalho. Só não sabia que você era tão linda assim.
- Muito obrigada.
- Muito prazer, eu sou a Ledy você pode contar pra tudo comigo aqui. Vem aqui- a chamou mais pra perto- Aqui tem cada naja que você não tem noção amada, por isso enquanto você não reconhece os venenos fracos dos fortes eu te auxilio.
- Vai ser um prazer.
- Não dá moral pro Ledisvaldo que ele é excessivamente alegrinho e isso afeta algumas áreas do cérebro dele.
- É que tem gente Tetê que gosta da cegueira afinal assim não tem que ter compromisso nenhum com nada- caminhou até a porta e virou novamente- Uma coisa, meu nome é Ledy, senhor testículos de ouro.
Tereza riu e Luiz saiu irritado e se trancou na sala, ela forçou a porta e então sem conseguir entrar seguiu para sua sala.
            Chegando em casa encontrou as duas  outras garotas que iam dividir o apartamento com ela.
- Oi meninas, tudo bom- disse ao vê-las na sala.
- Oi- disseram juntas.
- Logo no meu primeiro dia, eu não consegui ver vocês duas.
- A gente não foi à mudança tomou muito tempo- justificou Ana ajeitando os óculos que lhe tomava o rosto.
- Eu fui numa balada e essa ai ficou estudando como sempre- ajeitou o vestido que parecia uma pintura de tão colado.
- A Olga só pensa em balada- ajeitou os óculos novamente enquanto Olga mastigava chiclete com a boca aberta que era o que mais irritava Ana.
- Não se preocupem, foi tumultuado mais divertido. Eu vou tomar um banho que eu estou um lixo- disse pegando sua bolsa e caminhando desanimada.